segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Sobre ser gentil e ser feliz


Sou uma pessoa a quem não agradam muito as frases de efeito. Isso de "devagar se vai ao longe", "é caminhando que se faz o caminho", "Deus ajuda quem cedo madruga" nunca fizeram minha cabeça. Deve ser culpa daquela velha vontade de ser um não-lugar-comum. Mas sempre achei contraditório as pessoas hoje dizerem “água mole e pedra dura tanto bate até que fura” e em seguida emendarem com “quando um não quer, dois não brigam”.

Mas há frases que me tocam, sim, e me fazem, ainda que de forma imperceptível, ser seguidor delas. Duas dela me tocam tanto que viraram até status no msn (demonstração máxima de consideração no mundo moderno). Pedir ao pai em namoro? Roubar um flor no jardim dos outros? Nada...a prova máxima de amor é colocar NAMORANDO no status do Facebook...

"Gentileza gera gentileza" é uma delas. E logo eu, que dias atrás escrevi que não busco agradar ninguém, hem! Fato é que nessa vida, avançamos nas relações amistosas e profissionais através de pequenos gestos, alguns meticulosamente articulados e outros expontaneamente surgidos. Ser gentil e polido pode ser fruto de vários fatores, negativos, como a busca por receber uma vantagem, ou positivo, como a existência de um bom caráter. Dizem por aí que meu caso é o segundo. As vezes temo que quem diz isso esteja certo.

Outra frase a qual sigo piamente, e já nem me lembro o seu autor, mas buscarei e escreverei antes do final do texto, é “busquemos não a felicidade, e sim o aperfeiçoamento”. É uma verdade inconteste, ao menos em meu contexto. Que saco seria viver em uma felicidade plena, onde uma boa-nova nem sequer mereceria um pulo de alegria, ou uma cara de surpresa, por banal que seriam tais notícias. Que arretado é sentir que tudo está indo mal e, do nada, uma ótima notícia nos pegar desprevenidos e mostrar que nem tudo está perdido.

Aperfeiçoar-nos. Achei no google que a frase é de Anne Stoel. Seja homem ou mulher, eu o ouço. Eu a ouço. Seria bom poder dizer “lhe ouço”, já que não sei se é homem ou mulher, mas Pasquale enfartaria se me flagrasse espancando mais ainda a inculta e bela língua portuguesa. 

Aperfeiçoar é buscar melhorar como humano, profissional, amigo, parente. É aceitar a crítica e o contraditório como algo que no final nos ajuda mais que atrapalha. Aliás, nunca aprendi nada quando alguém me elogia. Por outro lado, quando sou criticado, aprendo algo. Seja a mudar minha postura ou a mandar quem me criticou plantar cará. Claro, para mim, quase sempre o erro não sai de mim, e sim dos outros.

Não quero ser feliz. Feliz plenamente, não. Quero viver. Quero errar e acertar. Quero melhorar como amigo e ajudar meus amigos a melhorarem comigo, mesmo quando eles me mandam tomar no cu por motivo banal (A.M.A.L. sabe do que falo). Melhorar como profissional e ir aperfeiçoando minhas práticas. Melhorar minha escrita (e parar de escrever com letras trocadas).

Felicidade? Digam a ela que passe outra hora! Digam a Ane Stoel que ela (ou ele?) passe e tomemos uma cerveja juntos.

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