quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Divagando, resolvi esperar um pouco mais...Sem Deus



Hoje esperei cerca de 1h30m por um atendimento. Esse fato fez com que eu voltasse a repetir algo que pra mim sempre foi um mantra: “a pior coisa da vida é esperar”.

Comecei, uma vez mais, a divagar, e resolvi, tão simplesmente, mudar de opinião. Esperar não é nada mau. Claro que na correria do dia-a-dia, ninguém gosta de se meter numa fila de banco e levar um chá de cadeira de mais de 40minutos. No entanto, os momentos de espera, ao menos para mim é uma regra, transformam-se em momentos de reflexão.” Como foi o ontem”, “como está sendo o hoje”, “o que nos espera no amanhã”, ainda que este amanhã seja apenas uma forma conotativa de se referir a um futuro mais longínquo.


Nessa espera de hoje, pensei em como a vida (alguns escreveriam aqui “DEUS”) tem sido generosa e o futuro cheio de perspectivas boas. Em seguida, como um bom chato que sou, emendei com um “que vida tem sido boa, que nada...Sou eu que tenho me esforçado em busca do que almejo”.

Esse papo de jogar a responsabilidade dos acontecimentos, sejam bons ou ruins, para as contas do pobre Deus, comigo não cola. Penso que somos, via de regra e resguardadas as devidas exceções, que apenas confirmam a regra, responsáveis por aquilo que cativamos. Eita! Divaguei de novo. Isso aí é Pequeno Príncipe, assunto para outra divagação. Dizia eu que somos responsáveis por aquilo que nos tornamos. Muitas vezes recebemos da vida (ou do tal “Deus”) a indicação de que o futuro não será lá muito promissor: família desestruturada, amigos escassos, falta de emprego, desenvolvimento cognitivo baixo (a famosa “burrice”), etc, etc, etc. Se nos contentamos com o que nos parece traçado para a vida, meu amigo, estaremos fudidinhos da silva. O negócio é seguir pelejando e não entregar os pontos...Não dar créditos aos que nos dizem que “a vida é assim” ou então que “Deus traçou isso pra você”. As pessoas precisam, definitivamente, de um escape, de um bálsamo. É isso que Deus significa para a maioria da civilização judaico-cristã. E, por não precisar desse expediente, é que tenho, há uns 10 anos, declarado que sou um agnóstico-ateu. Um alguém que não se preocupa se Deus existe ou não, se nos permite ou não, se nos ajuda ou não. Pode ser que sim, pode que não...Apenas me abstenho dessa dialética para a qual os argumentos me faltam.

Isso se chama DIVAGAR, amigos. Comecei falando da espera por um atendimento e terminei na religiosidade. O intuito inicial era dizer apenas que, esperar pode ser bom, quando isso nos leva a refletir sobre que caminhos estamos traçando para nós mesmos. Que escolhas temos feito, que oportunidades temos agarrado, que merecimentos temos buscado...De modo que, “esperar” para ver o que a vida ou Deus nos têm reservado, não. Coisa de resignado à toa; “esperar” como situação de reflexão, e até mesmo de cálculo, vá lá...

Bom! Sei lá por que demônios, para mim, essas reflexões sempre aparecem em momentos de espera. Sendo assim, sem pressa para ser atendido. Quero muito ter ainda o que refletir! Outra rodada...

Nenhum comentário: