quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Sem sentir saudades de nada nem ninguém


Sentem saudades? Eu não...Que ser esytranho, né?

A bem da verdade, sempre fui bem “tô nem aí” com essas pieguices. Sempre respondi, quando indagado se estava com saudade do papai, da titia ou de quem fosse um “sim”, que permitia a todos perceberem minha indiferença. Mesmo quando era bom reencontrar alguém que não via há tempos, pra mim isso era apenas a alegria do reencontro, e não a ocasião para mentir dizendo que sentia saudades...Ora...Se eu não pensava na pessoa, se eu não ficava idealizando o dia em que a reencontraria, se eu não me esforçava para ir vê-la, é claro que não. Acontece que somos todos adestrados para sermos e parecermos gentis.

Nostalgia sim. Vá lá que eu esteja usando o sentido da palavra fora do que prega o dicionário...não sei bem. Há lugares e situações que eu daria um dedo (quem sabe dois) para estar, mas não para reviver. Estive há pouco tempo em Sobral-CE, onde passei bons momentos na adolescência. Ao longo dessa mais de uma década, confesso que pouco pensei nas pessoas amigas que lá deixei. Confesso, portanto, que não senti saudades. O que não quer dizer e não diz que eu não as quisesse ver...Eu apenas não me martirizava nem agia planejando voltar apenas para vê-las. Não sou assim...tão insensível, vejam vocês.

Relembrar, sim. Querer reviver, jamais...Sentar e começar a contas casos que aconteceram naquela época. Isso sim me agrada muito. O tempo não volta atrás. De modo que eu estou realmente muito feliz de ter podido voltar a Sobral e deixar bem claro, até pra mim mesmo, quantas coisas boas eu vivi, quantas pessoas queridas passaram por minha vida, e sobretudo que eu não as apago da memória. Amo-as

Ainda assim, tenho que dizer que não quero reviver, pois não quero regredir, e sim avançar. Tenho que confessar que não é saudade...Eu não a conheci, sua danada!

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Se não tiver remédio, remediado está


Se ao longo do tempo eu não consegui dizer o quanto te quis, perdoa-me, é que sou tímido demais para demonstrar o que sinto.

Se, ao mesmo tempo, não soube corresponder a tuas expectativas, releva isso também. É que sou ingênuo demais para perceber o que se espera de mim.

Se, por ventura, alguma vez fiz com que choraste, peço-te desculpas sinceras. É que sou um tanto estabanado no trato com os outros.

Se eu não soube, ou até mesmo não quis te procurar quando minha necessidade era apenas de um conforto...de um colo... não me leves a mal. É que o tempo e a vida fizeram de mim gélido demais para essas pieguices.

E se, com tudo isso, ainda conseguires olhar-me com olhos de ternura, tocar-me com mãos de carinho e ouvir-me com ouvidos de conforto, aí, minha querida, já não há mais pelo que perdoar-me... 

Agradece-me apenas, pois somos de uma paixão recíproca e inexaurível. 

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

A magia do doce lar


Não há nada que eu queria mais, aos 16 anos de idade, do que sair de casa. Ganhar o mundo. Estudar, trabalhar, chegar a hora que quiser, jogar a roupa pela casa, dormir até meio-dia, comer besteira sem ouvir reclamações... Acho que posso arriscar e dizer que falo por muitos outros mundo afora. O sonho da independência bate cedo na porta e nos faz muitas vezes jogar pro alto toda uma série de comodidade que só muito tardiamente vamos nos dar conta.   

Essa presa que temos de crescer e ganhar asas só cessa, amigos, quando alcançamos esse objetivo, óbvio. E a partir desse dia, não é que nos arrependamos. Não mesmo. Mas a partir desse dia teremos tanto prazer em voltar pra casa e nos sentir de novo protegidos e de novo especiais e únicos, que iremos querer repetir isso o máximo de vezes possíveis.



Hoje, tendo vivido já quase metade do tempo reservado pra mim por aqui, não há nada que me agrade tanto quanto voltar pra casa. Ter o aconchego de casa, o colo da mãe, a comida que engorda e traz lembranças de um tempo que não volta mais. Olhar o álbum de fotos da alfabetização, achar o dente de leite guardado, numa caixinha, pela mãe. Fala sério... Tem "morar sozinho" que pague isso?


Não há liberdade de morar sozinho que supere o prazer de um café da manha preparado pela mãe enquanto ainda dormimos, ou uma roupa amaciada com “Fofo”. Tolo de quem, podendo postergar, abdica dessa joia rara de modo antecipado. Tenho a sorte de toda semana voltar pra casa. É magia pura.