Se ao longo do tempo eu não consegui dizer o quanto te quis,
perdoa-me, é que sou tímido demais para demonstrar o que sinto.
Se, ao mesmo tempo, não soube corresponder a tuas
expectativas, releva isso também. É que sou ingênuo demais para perceber o que
se espera de mim.
Se, por ventura, alguma vez fiz com que choraste, peço-te
desculpas sinceras. É que sou um tanto estabanado no trato com os outros.
Se eu não soube, ou até mesmo não quis te procurar quando
minha necessidade era apenas de um conforto...de um colo... não me leves a mal.
É que o tempo e a vida fizeram de mim gélido demais para essas pieguices.
E se, com tudo isso, ainda conseguires olhar-me com olhos de
ternura, tocar-me com mãos de carinho e ouvir-me com ouvidos de conforto, aí,
minha querida, já não há mais pelo que perdoar-me...
Agradece-me apenas, pois
somos de uma paixão recíproca e inexaurível.
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