quinta-feira, 10 de novembro de 2011

A magia do doce lar


Não há nada que eu queria mais, aos 16 anos de idade, do que sair de casa. Ganhar o mundo. Estudar, trabalhar, chegar a hora que quiser, jogar a roupa pela casa, dormir até meio-dia, comer besteira sem ouvir reclamações... Acho que posso arriscar e dizer que falo por muitos outros mundo afora. O sonho da independência bate cedo na porta e nos faz muitas vezes jogar pro alto toda uma série de comodidade que só muito tardiamente vamos nos dar conta.   

Essa presa que temos de crescer e ganhar asas só cessa, amigos, quando alcançamos esse objetivo, óbvio. E a partir desse dia, não é que nos arrependamos. Não mesmo. Mas a partir desse dia teremos tanto prazer em voltar pra casa e nos sentir de novo protegidos e de novo especiais e únicos, que iremos querer repetir isso o máximo de vezes possíveis.



Hoje, tendo vivido já quase metade do tempo reservado pra mim por aqui, não há nada que me agrade tanto quanto voltar pra casa. Ter o aconchego de casa, o colo da mãe, a comida que engorda e traz lembranças de um tempo que não volta mais. Olhar o álbum de fotos da alfabetização, achar o dente de leite guardado, numa caixinha, pela mãe. Fala sério... Tem "morar sozinho" que pague isso?


Não há liberdade de morar sozinho que supere o prazer de um café da manha preparado pela mãe enquanto ainda dormimos, ou uma roupa amaciada com “Fofo”. Tolo de quem, podendo postergar, abdica dessa joia rara de modo antecipado. Tenho a sorte de toda semana voltar pra casa. É magia pura. 

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