Sentem saudades? Eu não...Que ser
esytranho, né?
A bem da verdade, sempre fui bem “tô
nem aí” com essas pieguices. Sempre respondi, quando indagado se estava com
saudade do papai, da titia ou de quem fosse um “sim”, que permitia a todos
perceberem minha indiferença. Mesmo quando era bom reencontrar alguém que não via
há tempos, pra mim isso era apenas a alegria do reencontro, e não a ocasião
para mentir dizendo que sentia saudades...Ora...Se eu não pensava na pessoa, se
eu não ficava idealizando o dia em que a reencontraria, se eu não me esforçava
para ir vê-la, é claro que não. Acontece que somos todos adestrados para sermos
e parecermos gentis.
Nostalgia sim. Vá lá que eu
esteja usando o sentido da palavra fora do que prega o dicionário...não sei
bem. Há lugares e situações que eu daria um dedo (quem sabe dois) para estar,
mas não para reviver. Estive há pouco tempo em Sobral-CE, onde passei bons
momentos na adolescência. Ao longo dessa mais de uma década, confesso que pouco
pensei nas pessoas amigas que lá deixei. Confesso, portanto, que não senti
saudades. O que não quer dizer e não diz que eu não as quisesse ver...Eu apenas
não me martirizava nem agia planejando voltar apenas para vê-las. Não sou
assim...tão insensível, vejam vocês.
Relembrar, sim. Querer reviver,
jamais...Sentar e começar a contas casos que aconteceram naquela época. Isso
sim me agrada muito. O tempo não volta atrás. De modo que eu estou realmente
muito feliz de ter podido voltar a Sobral e deixar bem claro, até pra mim mesmo,
quantas coisas boas eu vivi, quantas pessoas queridas passaram por minha vida,
e sobretudo que eu não as apago da memória. Amo-as
Ainda assim, tenho que dizer que não
quero reviver, pois não quero regredir, e sim avançar. Tenho que confessar que
não é saudade...Eu não a conheci, sua danada!